Vive-se
Vive-se nas rotinas dos horários das nossas "desnecessidades" como convém,
E na vontade alheia que impõe, castra e detém.
Vive-se na aglomerada urbe a que se chama cidade e afins,
E onde desabitados estão os jardins.
Vive-se numa desenfreada correria animalesca,
Onde tudo é bom e, tudo se dispensa.
Vive-se só para gastar a vida,
Sem tempo de abraços, - vida "desvivida"-.
Vive-se sem se viver,
Vive-se para morrer.
Vivo sem amar a noite e a lua,
Vivo sem beijar a pele que é tua.