vale de mar s/n II
“… vejo todas as flores que nascem entre as ruas nas esquinas adocicadas do pecado no bairro a sul da cidade. As mulheres sem preço, apregoam um valor aos carros que se passeiam devagar com a cadeira do bebé no banco de trás.
Sou um mísero homem barbado, sem banho diário e um passado completo de passado, que decidiu sair de casa para ir viver numa rua do bairro a sul da cidade. Vejo todas as noites as flores que nasceram na madrugada anterior. As mulheres cumprimentam-me quando chegam, os homens violentos também, a policia depende, as raparigas e rapazes novos das carrinhas dão me leite e pão, presumo que querem escrever uma tese, enquanto não a escrevem virão, depois, virão outros que não aqueles, mas de igual forma para o mesmo fim que os anteriores.
Os carros continuam a passar devagar junto das mulheres sem preço, que apregoam o seu valor de mercado. Vejo muitos automóveis com um galhardete do benfica no espelho retrovisor. São portugueses afinal, do bairro mais a norte da cidade ….”