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Cardilium

Cardilium

uma noite, uma janela, as estrelas e o vento

“… uma volta depois de outra. Estou farto de não dormir. Sinto a noite agitada para além de mim. Sinto-a no céu que espreito por uma nesga de janela que deixei para ver o festim. As nuvens escorregam rapidamente, entre as estrelas e os laivos de luar e céu. Imaculada esta noite. Não fosse o meu cansaço de espertina e dançaria. Do mal o menos, penso eu. Podia não dormir nem estar acordado, assim do pior escolhi o melhor, estou acordado por uma nesga de janela que deixei para seguir a noite. Bebo água. Como uma maçã. Hesito em cuidar do coração e penso, não vou acender um cigarro. Depois penso, não vou adormecer, vou escrever um conto. E comecei.

 

Era uma vez uma noite, uma janela, as estrelas e o vento. O vento e as estrelas vieram de noite espreitar à janela e viram-me sossegadamente a dormir. Decidiram entrar e por ali ficaram sentados no chão do meu quarto à espera que a manhã se juntasse a eles e trouxesse o despertar, com que me acordariam em celebração, o tempo, o vento, as estrelas, a janela e a manhã que me acorda todas as manhãs.

 

Só mais tarde soube que tinham por ali passado a noite, disse-me a janela, onde olho todos os dias, o dia de manhã …”

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