Reclamação ao desencantamento
Cabeça de plebeia,
Barriga de rainha,
Assim reclama quem a fome nunca albergou,
E em tudo e em nada,
Se descontenta,
Com o mesmo agrado,
Do desagrado de quem é sabedor do frio que crassa a alma,
E o vento que fere o espírito.
Assim reclama,
Na mais profunda existência do próprio ser,
O desconforto de não encontrar,
O que se exclui “num eu exterior”,
No desembargo alegórico,
De não encontrar desnudado,
“Um eu interior”,
Somente de paz, mais do que de discórdia.
Assim se reclama o desencantamento, de não se achar, o que se detém.