praça 5 out
A praça da minha infância,
rejuvenescida,
cuidada,
jovem,
amadurecida,
guardo nela todas as esquinas,
todas as mortes em todos os outonos,
todas as vidas em todas as primaveras,
todos os amigos e o engraxador desaparecido,
as ruelas,
as vielas,
as gastas escadas,
o castelo encostado no céu,
a calçada envernizada pelo frio da madrugada.
Guardo todas as horas felizes e todas as outras,
na esquina pérfida da minha adolescência,
agora,
é ver os vereadores engordados em exibição domingueira,
em suas lustrosas barrigas,
cumprimentar os cidadãos em apelo ao papel de urna.
A praça da minha infância,
Viva a praça!