Pelo vício
“ … e, dizia calmamente dominado pelo medo:
- Não há vícios bons.
Permita-me discordar disse-lhe eu em desconsentimento.
- Há vícios muito bons.
Vícios que me acrescentam.
Que me dão para além do prazer que um bom vicio deve dar, asas.
Um vício que me dê asas, é um bom vício.
Um vício que me retire o vôo, é uma vício menos bom e, mesmo assim, discutível pelo imperfeito advérbio que o baptiza.
- Permita-me discordar.
- Sim, permito, claro.
É desta discordância que nasce todo este brado sem protesto, e que o entendimento se faz união e coerência.
Adoro o vicio de me sentar a debater todos estes pontos de vista.
É um vicio bom.
Gosto …”