Os mesmos bairros
Não sabia se lhe tocasse, se sairiam palavras pelos poros. Se a alma o pecado ou se, simplesmente aquele sorriso fora o que eu esperara toda a vida em que já morto vivi.
Os três bairros serão sempre os mesmos três bairros sem a minha frequência.
Os prédios deterão sempre as mesmas entradas cortadas de gente, e o medo da chegada vigorará sempre, com o medo da partida.
Não me reconheço nalgumas horas em que me desnudo. Não me conforto nalgumas em que me reconheço.
A estrada de regresso sempre foi menos dolorosa do que o caminho da partida.
Os mesmos bairros, as mesmas estradas, os mesmos prédios, habitar-me-ão apenas quando o mar não me suster.