Maio 17
Maio mineiro, siderúrgico, camponês,
Terra arada de luta,
Sol que queima de dor a esperança,
Sempre promessa,
Sempre adiamento,
Sempre o medo de vida igual para os filhos,
Sempre o silêncio presente e a prisão como ameaça,
O burguês empanturrado,
A mordaça como palavra,
Vil cabrao ditador sem sangue que te corra nas veias,
Sem sentir que te esfaqueie o sono,
Sem remorso, culpa ou alma
Profeta domingueiro engravatado,
Doador de esmolas roubadas ao meu salário,
Pedinte do ceu habitante do inferno.
Agora chegou Maio,
O povo saiu à rua,
Bondosos, perdoámos a revolução.