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Cardilium

Cardilium

Mãe de cinco madrugadas

As noites nas colinas sabem-me melhor,

Acordar de janelas entreabertas,

E deixar a sofreguidão da manhã invadir-me,

Sabe-me melhor na inexistência de pessoas,

Junto à existência das colinas.

 

Refugio-me em cinco noites,

Mãe de cinco madrugadas,

Que me abraçam,

Nos acordes do horizonte,

Mais o crepúsculo do mar.

 

As planícies revoltam-se com a minha ausência,

O arco-íris chora nos meus olhos,

O vento traz-me o cheiro lilás das uvas amadurecidas,

Da colina vejo o rio que parece calmo,

Em mim contemplo o privilégio de pertença.