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Cardilium

Cardilium

Logo a mim que sou silêncio

Confiaram-me o ruído,

Logo a mim que sou silêncio,

Entregaram-me palavras que não me habitam,

Para edifica-las,

Logo a mim que sou poema.

 

As palavras feitas de amor são silenciosas,

Emudeço no vento forte,

Glorifico no vento norte,

As palavras que me confiaram,

Não as abasteço,

 

Ao vento sopro o silêncio,

Ao sossego desenlaço o amor,

À lua solto o mar,

Confiaram-me o ruído,

Logo a mim que sou silêncio.