há de existir
“… sabes, os dias em que não vejo a linha do horizonte são mais entristecidos, por outro lado são negligenciados pelo transito, as pessoas de mil cores, as cores das pessoas de mil cores, os jardins tateados de crianças ausentes de brincadeiras, os pombos, o barulho da cidade, as labaredas da avenida que sobe, e o passeio de bancos que desce.
Na minha terra há horizonte e céu em vez de prédios, há jardins que se criam e cuidam, crianças com bolas, esconderijos e clãs.
Há cores que são das pessoas e cheiro a trabalho por acabar.
Há desejo quente a arder no peito pelas mulheres da outra terra.
Há mães. Há pais. Há avós. Há silêncio.
O tempo, não o tempo igual ao da cidade. O tempo aqui é esculpido e desenhado em terra fértil e, as papoilas, escolhem as mãos de quem as cuida.
Não há empresas que prestam serviços, essa modernidade de receber, para se cuidar do amor. Sabes, aqui há de existir….”