Frestas
Entro em ti pelas tuas frestas como a maresia,
Fico em ti como a luz do luar da lua,
E escuto-te como o pranto sereno das ondas do mar.
Adormeço como o despertar da manhãs do meio do dia,
E anoiteço em mais de meia madrugada acordada,
E em ti entro pelas frestas de ti mesmo como o vento desacordado.
E na imobilidade de tanto êxtase,
Fico sem sitio onde me repousar,
Só em nós existe o descanso extasiado.