Fragmentos
Fragmentos feitos de não sei o quê percorrem-me o corpo,
Espero nas noites em branco os dias arrastados,
Tenho saudades de dormir e acordar entusiasmado com o dia,
Não entendo este pesar de uma cartilagem inexistente,
Esforço-me em esforço para que passe.
Sei de umas pílulas grandes e vermelhas que me secam a boca de plástico,
E me enxugam a alma por instantes,
Dou mil voltas,
Não encontro a tal posição,
Percorro os minutos afogueados do relógio despertador à espera da manhã,
Sento-me,
Caminho,
Caminho,
E sento-me.
Acredito na próxima viagem.
Sinto-me dono de umas chagas que não cicatrizam.