Figos secos e aguardente
Entre a nova madrugada e a velha discussão,
o meu corpo já nem cede,
habitou-se aos aromas cálidos e desenxabidos sem perfume,
já não há primavera nem abril,
nem descanso,
nem poesia,
e ninguém é de esquerda ou todos são de esquerda,
desconvictos,
desconhecedores do engenho e da revolução.
Sobram as os figos secos, um copo de aguardente e o afago morno do vento na planície.