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Cardilium

Cardilium

Domingo

Sinto-te,

em cada palavra com que me inventas de mim mesmo,

em cada poema desenhado que perfumas como rosas de maio,

em cada sorriso revolto de um mar de vontade.

 

Sinto-te,

em cada desabafo com que me desassossegas e acalmas,

em cada sonho que cuido,

em cada compasso desordenado do meu coração.

 

Sinto-te,

Na melodia incandescente de uma valsa em ré menor,

em cada descoberta que me arrepia ao pensar-te.

 

Sinto-te,

em cada pedaço de saudade que me toca,

em todas as recordações cravadas do meu peito no teu,

de todas as vezes que as minhas mãos inquietas se deram às tuas.