Ao Zêzere
Leve é a palavra que me ilumina que retiro do rio que se afoga na foz, que se dá na nascente, e sem cansaço que o detenha faz da serra mais apertada o seu caminho. Rio que dá vida à lagoa onde me banho e paisagem no serrado onde me descanso.
Assim fosse a minha alma tão largada de tudo, as minhas mãos benção do passado, o meu peito saudade e presente, que no futuro creio tanto como o rio que não sabe onde termina, que não sabe que o sal o deterá já gasto de todas as margens percorridas.
Leve são as palavras que me saem na calma do zêzere que corre de madrugada em madrugada em mim. Desde sempre.