Aguardo a correria aos abraços
Abraçados pelo último abraço, espero pela corrida até ao próximo.
Até lá despenteio-me, reinvento-me, leio, escrevo, limpo, cozinho, protejo-me e, após cada tarefa o abraço ainda que longe está mais curto de distância. A saudade essa está próxima e aguda. A estatística dá-me os dados dos infectados, a zona, os internados, os óbitos, etc, etc. O estado decide o meu estado, e eu decido por ordem de grandeza a saudade, a voz, os sorrisos, os abraços, os cheiros das manhãs na rua, o aconchego da noite e da lua, e tudo o que me faz sentir que a minha ilha tem gente que é gente, e não há ilha que não tenha mar à volta.
Aguardo a correria aos abraços.