A sorte que ouso tentar
Sinto pássaros não mãos que me forçam a voar,
As asas que me abastecem,
Neste voo sem direcção,
Destemido,
São feitas de palavras,
Que me entontecem,
De um sufoco na garganta,
Quem me urge a cada manhã.
Dilacerar esta voz,
Em poesia alivia-me a alma,
Sem rumo,
Sei,
Apesar de tudo a rota,
É feita de anéis de um cometa,
Que se me entrega,
À sorte que ouso tentar.