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Cardilium

Cardilium

A demência e o medo

Tenho medo que o medo deixe de ser medo,

E se resolva aí nesse instante,

A incoerência racional,

Na concordância emocional,

E o medo se transmute em coisa nenhuma,

E o amor em alguma coisa,

E me sobre só e apenas demência,

Isenta de medo,

Amor,

Rios,

Mares,

Nuvens,

E arco-íris,

E não haja beijos abraçados de primavera,

E braçadas de cheiros prendidos,

Em alfazemas dependuradas nos olhares das pessoas,

Em fim de tarde.

 

Que a demência e o medo se embriaguem em mim.