A demência e o medo
Tenho medo que o medo deixe de ser medo,
E se resolva aí nesse instante,
A incoerência racional,
Na concordância emocional,
E o medo se transmute em coisa nenhuma,
E o amor em alguma coisa,
E me sobre só e apenas demência,
Isenta de medo,
Amor,
Rios,
Mares,
Nuvens,
E arco-íris,
E não haja beijos abraçados de primavera,
E braçadas de cheiros prendidos,
Em alfazemas dependuradas nos olhares das pessoas,
Em fim de tarde.
Que a demência e o medo se embriaguem em mim.