Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Cardilium

Cardilium

Não estou por estar

 

Quem de tudo fala nada sabe. Falar do que não se sabe é agorrante e ignorante. Julgar apenas porque se esta turvado emocionalmente é genuíno, mas é mentira. Julgar a vida errónea ou certa dos outros, é apenas e tão-somente não querer olhar para o meu eu. Não tenho nada a esconder.

 

Comedidamente tenho ate a mostrar. Embora seja minha a escolha, das pessoas e ate do sítio. Achar que sou muito equilibrado porque os outros o não são, é no mínimo duvidoso e incoerente. Perceber isto tudo não esta ao alcance de todos. Porventura e com certeza será preciso tempo, disponibilidade, e viver-se muito mais tempo à sombra do que ao sol. A fatídica e sinistra passagem de bestial a besta é recorrente. Sou imperfeito o que me dá uma enorme margem de progressão.

 

Continuo pai, mãe e filho. Com papel atribuido e desempenhado. Continuo a trabalhar tantas horas quantas o dia tem. Continuo a não andar encarneirado por qualquer corrente de estados de espírito. Continuo a não colaborar, a rir quando me apetece chorar ou vice-versa. Continuo a dormir na cama que escolho dormir, não me prostituo ou alugo. Cada vez mais, menos o farei. Claro que tenho valor, claro que não engulo tudo o que me impigem, claro que sou diferente, claro que não acredito em tudo o que vejo.

 

Tenho massa crítica e não sou um tipo distraído. Não durmo com mulheres que dormem com amigos meus, nem que morra com esse segredo para sempre. Sou amigo antes de tudo, porque muito do que sou e tenho, ao meu conceito de amizade o devo. Não encarneiro nem tenho vontade ou tempo para negociar. Sei que colherei a semente que deitar á terra. Isso despreocupa-me e situa-me.

 

Vale o que vale ser filho de um deus secreto e selvagem. Sou selvagem, adequado á forma selvagem de sentir. Sou secreto na selectiva forma de estar. Sou o que sou, muito mais do que não sou. Não estou por estar.