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Cardilium

Cardilium

À espera que a hora se transforme

 

Não pertenço a sitio nenhum.

Onde me encontro não tem lugar.

Inadequam-se-me as palavras.

Salvo a excepção que faz a regra.

Sentir prazer em estar partiu.

Partiu de mim?

Não sei, experimento e não flúi.

Volto sempre ao espartilho do não movimento, pragmático e anti-sensorial.

Não gosto da roupa, nem do cabelo, nem das marcas que enfeitam.

Os acessórios não são o essencial.

O essencial não se vislumbra.

Gosto mais, “do para além de” da “anormalidade”.

O que não se entende mas se sente.

Sinto-me cada vez mais preso de mim.

Num profundo “beco” confortável e seguro, onde existe quem eu escolho existir.

Onde habita quem eu não escolhi habitar.

Vejo-me a gastar horas à espera do toque

À espera que a hora se transforme em hora.

Brotam-me assim as palavras.

Neste fundo branco que pinto de negro minúsculo.

Tenho saudades do monte da alta tensão.

Dos chorões da beira do rio.

Do alto de Santa Marta

Da respiração que se altera ao lá chegar.

Da despedida que antecipa o regresso.

Sei da inviabilidade.

Das incertezas e dos medos.

Junto tudo e espartilho-me.

Sem reservas.

E assim me encontro de lábios entreabertos.

E braços estendidos.

Esperando … que a hora se transforme em hora.

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