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Cardilium

Cardilium

Os olhos

 

Os olhos não vêm o que vê o coração,
Facadas rudes rolam rua abaixo,
A miséria foge á miséria juntando-a.
 
Falam seres ásperos,
Numa surdina ruidosa,
Dos outros, da vida dos outros.
 
Seres perfeitos,
Intocáveis,
Emocionalmente desgraçados.
 
Nos jardins, crianças e velhos
Povoam de flores os sorrisos.
Os olhares julgam o alheio.
 
Escasseiam poemas…
Escasseia vida…
Escasseia o conceito auto crítico.
 
Pincelam-se de vida,
Quadros inacabados,
Pobres e podres.
 
Ser poeta afinal
É ver sem ser visto,
É amar, sem ser amado.
É conhecer, sem ser conhecido,
É voar, sem ser pássaro.
É ser vida, morte, estrofe e vento…