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Cardilium

Cardilium

uma mão cheia de tudo e outra cheia de nada!...

Vivo desencontros que sei não serem reais. Tenho saudade dos brindes e dos olhares de soslaio encostados ao balcão do bar que frequento. Fico com saudade dos cúmplices olhares e do abanar ritmado dos acordes saídos dos corpos das miúdas que se passeiam por ali.

Disfarçam absortas a ligação ao meio! Gosto deste jogo do não reparo! Gosto porque reparo. O que me mantêm incorporado ao balcão é ter uma mão cheia de tudo e outra cheia de nada. Gosto do cheiro a álcool com perfume e cigarros. Gosto das imundas casas de banho e das conversas. Aprimorar a maquilhagem é o segredo que guardam os espelhos. Mantém-se o dia no dia. Vive-se obstinado pelo que não se sente. Escolhem-se os especiais para se continuarem solenes encontros. O jantar das quintas é enorme, o da sexta é recatado.

E as noites???

As noites alteram-se uma a seguir á outra. As rotundas são inundadas pela seita. Na madrugada é ver os pedaços moribundos da velocidade. Chamam-lhe Tunning ou Chunning ainda não assimilei o termo. Sou a favor de uma sala de chuto também para estes. Matem-se. Não tem problema. È uma escolha. Respeito. Não tenho nada a ver com isso. Mas na rotunda da minha casa não por favor, a minha filha ainda não chegou. Encontro-os roufenhos á porta do bar donde saio. Em exposição soltam-se latidos misturados com risos. Trouxe do bar o ritmo abanado em crescendo pelos corpos das miúdas que fingem não existir. Trago uma mão cheia de tudo e outra cheia de nada!...