Histórias paridas de dentro de mim
A inquietação da minha quietude explode-me no peito. A terra remexida desta época desassossega-me. O ébano é o meu farol saciado pelos ventos. Sorrio ao caminho e arrependo-me de seguida. Tenho nas mãos cheiro a eucalipto, herdei do meu pai que tem nos olhos a cor de flor de pinheiros. As serras deitadas ao longe no horizonte, lembram-me uma mulher morena, deitada de corpo e peito salientes. Fico com os olhos baços de água e sal dados pela comoção e saudade. Às vezes sou sensível como outrora, outras, sou duro como a vida. Esforço-me para não o ser, sendo-o. Não sou gente, sou humano. Sou sonho e alcance como as tralhas da feira da ladra o são, com histórias e necessidades.
É isto que hoje me explode no peito, histórias paridas de dentro de mim.