Os números, as letras e a alma
Nesta misturada que são os números, as letras, os elementos e as pessoas, dei por mim a pensar que, quando não uso bem as letras e a pontuação, os números e as operações matemáticas, não me respeito e, acabo por não respeitar a ordenação.
De cada vez que não aplico um ponto final o quociente não é zero, logo, sobra-me vida.
Sobra-me vida que divido, sem hipótese de equação.
Sobram-me os desencontros e os encontros, e a impossibilidade da álgebra não se construir por letras.
As letras não são possíveis identidades quantificáveis, pois no seu âmago existe unicamente a qualificação.
Mas o que quero eu dizer com toda esta conversa?
Quero dizer que, quando adio começos ou finais, sobra-me vida e o que dela sinto, queira ou não queira, goste ou não goste.
De cada vez que não me afasto da árvore renego a minha alma e, continua-me a sobrar vida.
Sobrar vida é não a aplicar bem, ou viver de uma forma cega, com uma fórmula errada.
Descubro agora que viver sem sobrar-me vida é, faltar-me em parcelas de doses de tempo, por estar inundada, completa e habitada.
Sobra-me vida em tempo vazio, escasseiam-me as horas de vida preenchida!