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Cardilium

Cardilium

metamorfose

Assento a cabeça nos joelhos dobrados

Retiro os pensamentos

Dos ombros rijos.

Padeço de imagens que se sobrepõem

Metamorfoses

Movimento.

 

Os olhos balanceiam-se ritmados,

Tenho os braços dormentes.

Os músculos contraem-se

O esforço é contínuo.

O descanso quando vier é eterno

O firmamento move o destino.

 

Grito ao céu

Uníssono e roufenho,

As ordens lilases a que obedeço.

Os continentes unem o mar

Que rompem ao tempo

Que descubro no ventre.

 

Emudeço aflito a alma

Em estorias que fascinam a miséria,

Como um sonho real e distante,

A barcaça cede á costa

Um mísero olhar,

Espera a ilusão.