Aniquilado e suado
Hoje,
Devagar,
Imaginada vertente de mim.
Sepulcro anunciado de uma inumação alegórica,
Volto aos lençóis humedecidos,
Sacrilégio, pecado de normalidade.
Bendita desdita evocação,
Do teu corpo ausência do meu,
Irradiado de luz.
O meu,
Presença no teu,
Melancólica esta ansiedade procrastinada.
Que minutos estes consistentes!
Que aurora esta interrompida!
E de repente gritas,
Cerras as mãos,
Os teus pulsos ficam de uma cor amortalhada,
Desfaleceste, questionei?
De língua enrolada gemeste,
Um vim-me segredado,
Quase agonizado,
Construído e desfeito num orgasmo,
Que duros segundos estes aniquilados,
Dose imperfeita.
Tempo escasso,
Desertor de mim,
Aniquilado e suado.