João Miguel Tavares, o urso !
“…Um urso, abelhas e muitos potes de mel serviram ao jornalista João Miguel Tavares e ao ilustrador Nuno Saraiva para explicar aos mais novos - e aos pais - o que é crise, na estreia dos autores na literatura infanto-juvenil. O livro foi apresentado, em Lisboa, numa sessão que contou com o ministro das Finanças.
O jornalista, que assume ser de direita, convidou o autor de banda desenhada Nuno Saraiva, assumidamente de esquerda, para avançar com o livro ilustrado com dois pontos de vista distintos, sendo que não é verdadeiramente só para crianças.
De um lado - o da esquerda - a culpa da crise é de um enxame de abelhas furiosas (os mercados financeiros) que só pensam em fazer mel (dinheiro) para engordar os ursos (o défice), empurrando-os para "um beco sem saída".
Do outro lado - o da direita - a culpa da crise é do urso (o défice), gordo e guloso, que só pensa em mel (dinheiro) e está rodeado de abelhas (os mercados financeiros) prestáveis e trabalhadoras…”
Valha-me Deus, evoco aqui, e em consciência, o santo nome de Deus em vão. Os burgueses de barriga cheia versus o povo, que de cheia, só têm a alma. Os do lado difícil da vida, riqueza? Só de espirito. Um espirito solidário e obrigatoriamente empreendedor, criativo e inovador. Uns reconstroem ciclos de conceitos que se alternam numa simbiose metamórfica e metafórica de deslumbramento momentâneo e descoincidente, denominada por crise e retoma. Outros esquecem-se desse ciclos e, que do lado de onde estão agora, poderá ser contrário onde estarão um dia. Esquecem-se das crianças filhos dos outros, dos filhos de todos nós e, em banda desenhada, querem-lhes explicar a crise. Só se for aos filhos deles, porque os dos outros, estão a inventar brincadeiras e comida, aconchego e solidariedade e, não vão em bandas desenhada, gostam mais de sopa. As abelhas e os ursos inchados podem explicar o fecho diário de escolas e hospitais? E de um terço da população não ter onde trabalhar, com ou sem habilitações? E tanta, tanta, tantas mais coisas por explicar sem explicação possível dada por ursos ou abelhas!.. Claro que ao ministro dá um jeitão acreditarmos em estórias, ele é um às nisso, igualmente.
O governo sombra que eu admirava e era assíduo ouvinte directo ou em podcast, ruiu, caiu por terra. Nem este sobrevive à minha criticidade equitativa e humana. Já nem este faz sombra, nem sol, nem coisa nenhuma. Colaborativo no envenenamento popular, faccioso, deambula por aí imiscuindo-se nas mentes plebeias por modificar, na demência colectiva por “endireitar”.
Chega de retorica e demagogia. Lixado escreve-se com um F, digo eu à minha filha que põe um like no facebook do José Mário Branco, esse sim, adivinho dos tempos. Cada um conta a história que quiser contar aos filhos. A minha, foi feita de realidade, porque não há machado
que corte, a raiz ao pensamento.