Quando as noites são maiores do que o sono,
e se espera a luz que não rompe,
o tempo fica longe,
a esperança escurece,
e demora a rasgar-se a manhã,
que cobre de passarada a árvore que toca na minha varanda.
enquanto decidia o verbo,
caiu-me um poema ao chão,
não se quebrou,
nem lágrima sussurrou,
... espreguiçou-se de metáforas,
Rasgo a terra inundada de dezembro,
tento escalar a chuva para chegar ao sol,
a névoa misturou-se.
O riso.
Esse elixir raro que me aquece.
O riso sério e de vontade, o difícil, o que me faz sentir outro que não eu,
a alegria que me procura e devolve.
a rara arte.
Não é só o jeito de falar,
são as promessas das estações,
a passarada e o cheiro a primavera que exalas do olhar.