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A cidade hoje, está cheia de invulgaridades relacionais e bons fantasmas.
Nas entranhas da serra,
o vento de repente parou para ouvir a passarada ao pôr-do-sol,
todos os pássaros d´Aire despedem-se da tarde,
neste melodioso sobejo do dia.
Todo o veneno importado da américa do sul, nem me matou, nem me foi suficiente. As flores continuaram no parapeito da janela do meu quarto a fazerem a sua época, e, repetidamente, nasceram, cresceram e morreram. Eu sobrevivi. Os gatos continuaram a compor nas madrugadas as suas baladas. Os sinos pontualmente continuaram a cumprir as suas horas. Tudo se mantêm inalterado nesta mudança contínua. Nada está igual. Tudo está igual. Tudo se modificou, tudo está na mesma. A vida a ser vida.
Há uma aparente parte de mim que não é necessidade,
uma parte crente no que não crêem os crentes,
uma parte descrente no que veem os olhos de gente,
uma parte assertada,
outra anarca,
e,
parte nenhuma é:
- a que eu ocupo -
A minha cama tem lençóis de corpo e alma,
preguiça e quimera,
badaladas da torre da igreja,
um quadro à cabeceira,
e livros por desfolhar,
tem pedaços de alma desarrumada pelo chão,
pó para limpar,
o universo do lado de dentro da janela,
com o meu cheiro junto a ela.