Tenho sorte em o mar estar lento, e o tempo desmoronar-se em mim como a música de todo o mundo que me seduz a ficar com mais um dia de memória colectiva, em todos estes anos adocicados de Julho.
Tenho sorte da cidade se fechar e a planície se abrir com o mar para mim.
As coisas, uma a uma, vão-se encaixando no lugar delas, no sítio e no tempo das nossas vidas, no local onde têm de estar. Elas decidem. A nós passageiros, pede-se somente que ocupemos o nosso lugar e nos encaixemos no sossego das estações.
Por este rio acima, pela reflexão, pelo sentir, pelos acordes perfeitos, as orquestrações, a poesia, o mar, a liberdade, a Rosa, a Rosalinda, as mulheres todas, a democracia, os ventos, os sonhos lindos, os barcos que partiram, os homens que chegaram, a guerra sem sentido, as mães viúvas, os filhos órfãos, por nós todos, obrigado pela companhia, por esta vida acima,