Incomprovada forma de deus
Todas as evidências me dizem que foram os homens que criaram deus e não o contrário, numa justificativa forma endeusada sem comprovação possível que não a incomprovada.
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Todas as evidências me dizem que foram os homens que criaram deus e não o contrário, numa justificativa forma endeusada sem comprovação possível que não a incomprovada.
A poesia e o humor funcionam para mim como a religião para a maioria,
aliviam-me os dias e o mistério da morte.
O passado que eu tenho pela frente de pessoas adoráveis que ainda desconheço, anima-me.
as nuvens soltam um perfume adocicado,
a astros, estrelas e a coração semeado,
que se entenda que a lua nova não é a solidão mensal,
nem as folhas a cair acenam a homens náufragos,
e que as palavras se abraçam sem se conhecer,
neste silêncio de mil anos,
que nunca adormece.
Hoje, a terra cheirava a água, a lenha por arder e a cama para repousar,
a manhã a desfazer-se,
eu, a refazer-me nela.
Há dias que se demoram mais em mim do que outros. Quando chego a um lugar meu, reconheço-o. Reconheço-o na troca da falência do corpo pela energia da alma, pela inesgotável vontade de tornar os minutos o resto da minha vida, pela linguagem da universalidade do sentir.
De seguida, procuro uma árvore que me enlace com a autorização dos lobos.
Não sendo o Fuebol Clube do Porto o meu clube (sou sportinguista), nutro uma natural simpatia alicercada em bons e velhos amigos que tenho adeptos do FCP, das boas gentes do norte, do sítio do país onde me sinto melhor, mas ... o treinador do FCP representa mal aquelas boas gentes quando perde, e acho que ele é um bom homem, mas precisa de ajuda especializada para lidar com o que naturalmente faz parte de um jogo, a derrota é uma probabilidade, tal qual a vitoria ou o empate, depois, acaba tudo e voltamos às familias, trabalho, sociedade etc ...
Ontem depois do jogo com o Estoril (3-1), por momentos pensei que ele ia bater na jornalista que corajosamente fez o trabalho dela (corajosamente).
Os olhos cheios de outono,
rebuliço de memórias doces,
e nada novamente.
Nas folhas caídas a nordeste,
escolho um sorriso e visito um cliente,
os dois,
eu e ele,
durante mais de sessenta minutos não sabemos quem o outro é,
não sabemos sequer quem somos,
esgrimamos interesses de desumanização,
verdes.
Depois,
cumprimentamo-nos,
arrumo o sorriso,
e volto com olhos de outono às memórias doces.
Acordo, e sinto o peso do corpo não coincidente com o peso que carrego do mundo,
ontem na telefonia do meu carro entraram sem autorização adentro notícias,
homens a comentar notícias,
todos diziam a verdade ser mentira e os mesmos diziam que a mentira era verdade,
ruinosa manhã que me retirou peso ao corpo e me carregou peso do mundo,
desfaleço cinco horas e não me apetece acordar.