Existirá o tal deus livre?
Se fosse crente em algum deus, seria um deus livre.
Morro com a dúvida dos que me foram apresentados.? Existirá o tal deus livre?
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Se fosse crente em algum deus, seria um deus livre.
Morro com a dúvida dos que me foram apresentados.? Existirá o tal deus livre?
Deixo este canteiro sepultado de flores,
para que na última noite acordado relembre os dias inteiros,
soltos em confusas partituras de acordes quentes e suados,
de vozes lamuriosas da ode aos deuses sepultados,
má vida me foi frequentada na cabeça dos desusados,
de jus preconceito de desejo elaborado.
Sobraram as cinzas da nossa história,
o mar onde navegámos,
o céu nublado e invernoso,
os dias cálidos de outono,
e as palavras mudas encravadas nas gargantas,
na minha,
na tua.
Não me peças as ruínas da confiança,
o mar após a madrugada,
a desconstrução do entendimento.
Dirão todos,
os que detêm as soluções para os problemas dos outros,
numa candura até perfumada que: - blá blá blá blá blá blá -
mas,
os meus problemas são os meus problemas e não encaixam nas soluções dos arquitectos emocionais,
na programação neurolinguística e afins.
Não estou grato,
não sou grato,
o agradecimento em mim é uma forma terrena de existência.
Agradeço-me muito pela ressuscitação.
Há cravos,
resistência,
sonhos a queimar,
ideais a arder,
avisos e alertas,
trabalhadores desconformados,
poemas engalanados,
uma data de gente alinhada,
igualdade por conseguir,
justiça por alcançar,
e em cada esquina a arte a recordar-nos humanidade,
e não,
não é um sonho comunista,
são direitos humanos reunidos por quem tem sangue e filhos,
e quer - paz, pão, educação, saúde e habitação -