Os olhos também ficam baços de brilho. Ontem, enquanto dançavamos, e em voltas as nossas mãos se enlaçavam, a minha alma esperava por nós na fresquidão da noite quente. Nem te vi sair. Vi-te chegar.
Só hoje te despediste como não deve ser, com um adiado abraço, e um abraço adiado, é um abraço perdido.
Quando me sento à tua mesa, chego a casa. Os biscoitos cuidadosamente arrumados no pequeno prato são a tua boca a encher-se ainda mais de sorriso, do que aquele que ela já tem. De repente o mundo são as nossas conversas, a tua dança de corpo sentado, os teus olhos a brilhar com os meus. Despedir-me, é sempre o anúncio de um regresso a combinar.