Erraticamente coerente
O mundo inteiro nas minhas veias numa correria desenfreada,
as árvores no meu olhar,
o mar a rebentar os meus ideais,
a anunciada ressaca da manhã seguinte,
o meu fígado a adormecer de cansaço,
os poetas a cantar as canções da madrugada,
as noites erraticamente coerentes,
as certezas diluídas em copos de solidão,
a viagem,
a manhã sem esperança nem sol.
A vida afinal é maior do que a memória, reconstrói-se em “contramão atrapalhando o trafego”, como canta o Xico.