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Cardilium

Cardilium

Domingo

Sinto-te,

em cada palavra com que me inventas de mim mesmo,

em cada poema desenhado que perfumas como rosas de maio,

em cada sorriso revolto de um mar de vontade.

 

Sinto-te,

em cada desabafo com que me desassossegas e acalmas,

em cada sonho que cuido,

em cada compasso desordenado do meu coração.

 

Sinto-te,

Na melodia incandescente de uma valsa em ré menor,

em cada descoberta que me arrepia ao pensar-te.

 

Sinto-te,

em cada pedaço de saudade que me toca,

em todas as recordações cravadas do meu peito no teu,

de todas as vezes que as minhas mãos inquietas se deram às tuas.

 

“saudáveis mentais” 😊

Gosto do termo “saudáveis mentais” 😊 seja lá isso o que for, nem que seja só arrogância e ignorância ou, no limite, alguém avassaladoramente aborrecido.

Ouvi isto hoje num contexto onde tive que falecer um bocadinho, para voltar depois.

É assim, um imbecil doutorado, é um imbecil doutorado.

A filosofia cura a "gente"

Tenho muitas dúvidas - ou certeza - que o que trata as pessoas seja a psicologia ao invés da filosofia.

Haverá algo melhor do que a estrutura do pensamento? A criticidade, a multiplicidade, a soma da massa crítica acumulada?

Tenho muitas dúvidas - ou certeza -  que a filosofia não cure a "gente" como a poesia. 

 

Albergue

Caminho lentamente enterrando o meu peso nos pés que me sustentam,

Quase que me suporto,

Quase que me albergo,

No meu peito quase estomago, visceral,

Baloiça pranto, choro e riso.

Madrugando-me,

Rompo o silêncio das nuvens que me tocam quase como o meu nome carregado de deserto.

Como tu. Como eu.

deus que seja, se existir, deu-te esse cabelo revoltado que não podia escolher outros olhos para morar, lembro de ti num Alentejo distante na estação depois desta, onde a poesia não abala a velha ilha que sobrevive massacrada de mar.

Como tu. Como eu.

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