Punha-se o altar de lavado. Mulheres de um lado, homens de outro. A outros tanto fazia, eram homens de fé no sentido não sexista do termo, eram de esquerda, ateus, anti estado novo. Era por esses que eu me enfeitiçava, homens e mulheres, era a minha religião, a liberdade, a poesia na canção, as flores de cheiro primaveril, abril, maio, devia ser por aí.
O mar, esse sempre me trouxe e levou. O grito ainda me prende a garganta. A recordação ardente solta-se no sorriso que guardo de ti. A França devolveu-te em poemas que me trouxeste. Devia ser por aí. Maio, Abril. E foi.
Saudades do cais do sodré de oitenta quanto mais de há um ano. Muita saudade e musica a condizer. Gente a preceito e noites até ser dia. Os jardins em frente ao rio a abraçarem-me. Cais do meu porto.