Toda aquela água passada move moinhos, isso, contraria o que me dizes. Sabes que não creio em exuberantes manifestações pagãs ou excessos de gratidão por dá cá aquela palha, quase como um tique espiritual de ajustamento ao desconforto de ser apenas e só, um normal ser vivo com direito a estar triste ou não, de rir ou o contrário, de estar em pleno contentamento ou o oposto.
Águas passadas movem moinhos, assim o vento e a nascente - ajude -
Soçobra a experiência arrastada no tempo. Os ditadores exorcizados vacilantes. Retempero-me à chuva que se encaminha tardia socorrida pelo vento. É já ontem e o dia não acabou. Não sei se estou em perfeita leitura dos factos. Duvido-me. Já não é ontem. Amanheceu. A página que leio distrai-me agora com outra poesia.
não há mais poetas que poesia,
melhores palavras que as inventadas pelas crianças,
Veste-te. Mas eu ainda não me despi. Não era para mergulharmos no lago? Era. E já, não é? Não. Porquê? Porque não sei nadar. Então porque me trouxeste? Para darmos um mergulho no lago, não me lembrava que não sabia nadar. Ok. Tens alguém? Sim, tenho. Então é por isso que não queres que me dispa? É. Ok, antes, antes, que depois. Menos mau.
Detesto o lado bem comportado socialmente imposto, que manipula a assertividade momentânea e me cala um aliviante vernáculo que me atravessa na garganta.
É na delonga aguardada que o fascínio me espera sem que eu entenda a pressa do meu peito ou a beleza que me aguarda, e quando abraçado, tudo acalma, tudo pára, tudo se enquadra na espera aniquilada.
Fosse o amor a designaçâo de sexo, e o sexo seria como o amor. Existiria no cuidado de ter e querer ao outro, mas o género não define a forma de gostar, o género define o amor, e não há amor errado em género certo, ou género certo num amor errado.
Há amor e partilha afectuosa dos corpos que se desejam e amam, sem valência ajudicada pelo género, regra ou imposição social.
Que vibre livremente desamarrado o amor nas bandeiras da igualdade.