Terra crua e nua de Nemésio, tão escura de verde de tanto mar a abraça-la. Sem queixume cria os seus filhos de imensidão e beleza pura, sem caminhos por percorrer.
Sobra o mar, sempre o mar.
Sobra o mar e a fé de que para todos os filhos outra terra será a que não foi.
Um dia apercebemo-nos que os livros e as ruas estão em ruínas e as avenidas que lhe estão a dar lugar são casas novas às cores, mas os livros, esses, não envelheceram, muito menos mudaram de casa ou de rua.
Jamais entrarei nesse discurso de frases feitas e manipuladoras de identidade e do não direito a pensar de forma diferente e autonoma. A cidade que eu quero visitar tem os caminhos que eu escolho para lá chegar.
Escusam-me de me poluir com "vive e deixa viver", "só por hoje", "grato" e outras.
Sou organico, sensorial, pensante, ser indivdual com escolha colectiva de minha decisão e encanto.
"... na rua que se cruza com o céu a amanhecer, jorra a luz que trepassa escuro o céu e os gatos imoveis lembram-me o pai do xico da loja de ferragens que diziam ter aquele ar sinistro dado pela pide. O padre recém chegado à envagelização tratava da sua absolvição, assegurando-o a máxima da mocidade portuguesa - "tudo pela devoção à pátria" - Durante 50 anos, analfabetismo, pobreza, tortura, mortalidade infantil e meia duzia a dominar duzia e meia, pela lei, pela grei.
Outros quase 50 anos depois, restícios se incendeiam outra vez. Atenção, alerta. ..."
Já não percebo que todos os caminhos acabem no cansaço do reencontro inexistente.
Que todos os mais exigentes caminhos sejam a procura do desejo de estar acompanhadamente só em vocábulos similares de sentido comum, e cansaço fraterno partilhado.
O centro não se segura no equilíbrio do meu ser. Sustém a impossibilidade de se equilibrar em ângulos que percepciono sem abrangência lógica equacionavel.