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Cardilium

Cardilium

Baldios

Baldia,

terra ocupada,

de miséria,

de mãos rudes,

e palavras alheias,

 

torturante desvio de deus,

secreto,

selvagem,

inventado,

que não pisa baldios terrenos,

onde o pecado é inexistente,

sacro santo,

perdoado,

tisana bebida,

espírito adulterado,

confundido.

 

Sapiência desmedida,

experiência,

vivência,

contos com verdade,

partidas,

antes das chegadas.

 

Baldia terra em bairros de bem.

Duro

São duras estas horas em que o tempo não tem tempo, onde a companhia se farta dela mesma, onde a sombra inventa outras sombras. 

São duras estas regras das 23h às 05h, esta ausência de gente que faz os dias teram gente dentro.

São duras estas horas cansadas de dias, estas noites exaustas de noite, estas férias com horários, este trabalho sem relógio.

É duro cuidar desta esperança enlouquecida das 05h às 23h, onde as árvores se ajoelham comigo.

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Preconceito

A cor da pele das pessoas não se repete naquela cidade interior, onde o sol e a chuva salpicaram de igualdade as diferenças que os homens das leis repartiam como propriedade.

Foram livres do preconceito da raça, pelo arco íris.

Foram aperfilhados pela paz da montanha e os ventos.

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Homem

O homem entra na noite esperançado de encontrar flores que o reconheçam.

Em alguma loja antiga as ruínas cuidam das flores.

Flores órfãs. Flores de existência soberba e sem canteiros onde pertencer.

O homem pára. Esconde-se da viuvez de saudade.

Limpa a lágrima que lhe cai segurando-a.

A guitarra roufenha estala acordes que gemem o caminho que lhe falta fazer.

As flores, as ruínas, a orfandade da viuvez da saudade.

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