... fascista reprimida, foi o que me ocorreu quando me falaste da tua facilidade com o difícil, do sonho como ambição, dos direitos como se fossem quadros pendurados na tua sala passíveis de terem um valor criativo remunerado, logo eu, que só acredita no sangue que corre nas veias e nos dias desapegados de projectos e calendarização, tudo o resto quase que é escravatura obrigacionista em mim, fascista reprimida ...
está cá onde? é clandestino porquê? por estar cá na terra/planeta? na terra/cidade?
Clandestinos somos todos, disfarçados de vida disfarçadas, dando sinais que não são assinalados, dizendo que sim ao não, não ao sim, amando sem a quem amar, desamando a que amar, morrendo vivos por aí, outros mortos que vivem no património que deixaram, e clandestinamente vamos matando clandestinos porque não têm um passaporte que lhes dê ordem para viver.
Aqui aplica-se bem um: - foda-se - não há outra palavra que me alivie tanto.
Dos "clandestinos" que conheci, tudo gente boa. Vivam os clandestinos e viva.
Já fui clandestino militante, continuo a ser clandestino de fraternidade, gostei de ser dos excluídos, dá-me gozo enquanto "incluído" e até alguma sabedoria.
Sendo os dois maus, saiu o pior, está assim por todo o lado, políticos fracos, sem ideias com a servilidade que se quer à força do capital, à renúncia da humanidade global.
Fico com medo.
A histeria abateu-se por estes dias na ignorância dos ideais e, defendeu-se um, só porque não se quer o outro.