O mar põe-se tardio e cada dia nasce novo de querer
O mar põe-se tardio e cada dia nasce novo de querer
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O mar põe-se tardio e cada dia nasce novo de querer
saudosas manhãs no bosque verde, onde o cheiro forte das árvores que se alimentam dos regatos cristalinos, perpetuam a harmonia do sonho transformado em vida,
esmorecidas e empoeiradas tardes de verão,
para animar,
o céu num convite inesperado dá a mão à terra e puxa-a para a beijar,
a terra deixa-se ir e pensa: - os anos que esperei por ti céu –
o céu pensa: - se eu soubesse desta anti resistência aos anos que já te tinha dado a mão –
somos todos terra,
somos todos céu,
pavorosos que os amor nos tome.
Escrever diz me tanto, tão mais do que palavras ditas de incongruência de um sentido duvidoso. Escrever adequa me e ajusta-me à verdadeira forma não dita de um conteúdo adivinhado, carente e obvio.
Hoje, por motivos não descritos, é realmente o dia mais importante que tenho. Apenas porque não tenho outro e este não se repetirá, perpetuar-se-á em todo o futuro.
Desejo agora um mar de afecto à minha frente, um livro, café, e tu doida inventada por mim dançando descalça de sorriso transparente de alma.
Escrever é inventar-me de sonhos.
Fizeste a minha vida diferente, fizeste-me ser melhor, obrigado pela oportunidade.
Amo-te. Parabéns mulher filha.
Discurso de dois tipos que são o mesmo, numa história que não se deu, onde havia uma rapariga que afinal não existiu.
Fomos quase amigos disseste-me tu, errante carregado de desculpa purgatória.
Quase amigos? Eu fui mesmo amigo respondi-te. Eu convidei. Eu sugeri. Eu respeitei. Eu alterei. Eu arrisquei. Eu despi-me. Eu quis estar. Eu ralhei. Eu gracejei. Eu parti. Eu fiquei, e depois de tudo isto dizes-me: - Fomos quase amigos.
Não. Não fomos quase amigos. Eu fui amigo. Eu quis muito ser amigo e se fomos quase amigos, foi porque tu não quiseste a minha parte de amizade que eu te dei.
Agora sou “amigodistante”. Esta forma inventada de proteger a amizade. Assim sendo, fomos quase amigos, não por essa errante desculpa purgatória, mas por outra coisa qualquer que não vem mais ao caso.
Quinhentos dias bastam ao meu entendimento.
Sobra-me casa, divisões, camas, sofás, televisões, tapetes, cortinados, candeeiros, louça, portas, janelas, tectos, dinheiro, carros e o chão todo.
Tudo me falta.
Falta-me alma numa divisão impreenchível.
Os desígnios da vida,
o medo,
as momentâneas felicidades,
o medo,
as efémeras tristezas,
o medo,
o medo que o medo não seja mais do que a valorização ajustada do sentir (es).
O medo enquanto abstracta projecção dos desígnios da vida,
imagem laica de sobrevivência.