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Cardilium

Cardilium

Já me fiz mulher. Já me fiz amor

“… já me fiz mulher, disse-lhe. Fazer-me mulher não é deitar flores à terra. Fazer-me mulher é saber que nenhum homem saberá ler e que eu não o saiba, ou que o género faça a diferença na oportunidade. Já me fiz mulher e não renego em mim a capacidade de amar diferente, de cuidar diferente, e isso não é diferença (s), é a bênção da humanidade a completar os géneros, se é que é de género que me queres falar. Tu terás outras bênçãos que juntas às minhas, e isso torna-nos mais amigos, cúmplices, e loucos de amantes o sermos. Já me fiz mulher. Já me fiz amor…”

Inteligível

A construção feita de sonhos tardios,

As ventosas e iluminadas madrugadas,

As mulheres da minha vida.

 

Umas, fogem de mim fugindo eu de mim próprio.

Outras, fujo eu de mim próprio fugindo delas também.

Díspar sentir, este.

 

Estará nele decifrado o inteligível do meu ser?

nos dias todos

Quando deitada à terra uma semente pode apodrecer, se mal-amada se sentir. Duas crianças da mesma semente desigualmente serão filhas de um mesmo deus. Nenhuma história se repete. Nenhum destino se iguala. Não existem nem duas horas com o mesmo tempo, muito menos o tempo cabe na mesma hora.

Quando me deito, e todas as noites me deito, em nenhuma delas o meu corpo cede de forma unitária. A minha voz se cala da mesma maneira. ou os meus olhos se cerram do mesmo jeito. 

Todos os dias imagino mais do que vivo. Experimento mais do que acerto. Concretizo menos do que sonho, e a saudade nunca parte, para mais distante do que a esquina que te vi dobrar, que já é longe para o tempo que não te vejo chegar.

Todas as sementes apodreceram desde a tua partida. Mesmo as amadas. Nenhuma mais deu fruto como a que deixei semeada e não vi viver.

O Val de Mar?

Continua com lágrimas de sal no olhar todos os dias, nos dias todos!

lágrimas sorridas e mar

Em terra de mar os barcos virados a norte são baptizados como os seus filhos. São um bom pronuncio. São encomendados a Santa Rita de Cácia que os vele e guarde nas noites de vagas altas. Místico este areal onde o silêncio é tudo de tudo, salgado de sal, lágrimas sorridas e mar.

Poetisas

Todas as poetisas do mundo têm em comum, a sensibilidade criativa das emoções adjectivadas numa imensidão interminável. 

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