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Cardilium

Cardilium

Planicie e silêncio

Todas as planícies que cruzei foram o reencontro de um outro homem que também sou eu.

Foram todas as decisões, todo o perdão que precisei, toda a luz que desejei.

De planície e silêncio construo as horas que me abraçam

Surdez da vontade

A metamorfose do conhecimento em amizade é a distância que a empatia leva a discernir a ordem da alma.

O contrário também é verdade, acontece na surdez da vontade.

Nunca nada se perde em oportunidade e verdade

“… Da perda se faz ganho e verdade.

Sempre assim foi durante toda a minha vida. Em alguns momentos, a perda foi uma insuportável dor e de seguida uma enorme oportunidade.

Em outros momentos, foi um alívio e de seguida a demonstração da verdade, como quando o sol nasce e quer mesmo nascer rompendo entre as nuvens como um rio invernoso em enxurrada.

Em outros momentos, a perda foi a incompreensão do momento, a injustiça, a incredulidade, a ingenuidade, tudo em alvoroço no meu peito e, de seguida, tudo junto num motim organizado em pelotões de verdade e oportunidade. As perdas nunca o são, são sempre alguma coisa muito maior do que a escassez. Não é normal e vulgar perder com grandeza.

Esta foi a ultima conversa que o val de mar teve comigo no vale em frente ao mar de onde ele partiu, o val de mar,  esse homem que me ensinou a mais do que amar, esse homem que não o perco porquanto me deixou em mim.

Nunca nada se perde em oportunidade e verdade…”    

- para, e em nós - 

Tem um sorriso mais brilhante do que mil sois, sobra-lhe escancarada o que mais me seduz, as palavras com que gritam os seus olhos, e com toda a certeza que lhe vem das mãos, abraça-me ao encontro do seu peito, e o mundo num rugido existe apenas e só ali: - para, e em nós - 

Extracto de um conto sem estória


" ... eu, sou parte dos poetas que sobraram, e dizer em plenos pulmões "filho/a da puta" faz-me tão bem como adormecer sem sentir que adormeço.

 

eu, sou parte de toda a estória que não se tornou num conto, e por isso me elevo em graça divina, numa crença sem fé, numa realidade entranhada na cegueira de quem não quer ver.

 

eu, sou o ópio cortado em dilaceradas doses para a dor e as risadas de um humor desentendido que me faz diferentemente bem ..."

Que o vento se enfureça

Todas as caras me são reconhecidas sem reconhecimento algum, numa memória colectiva de humanidade, sem cor, credo, raça e/ou todas as banalidades que se vociferam por aí acerca da natureza e dos direitos humanos, como se não fossem eles adquiridos no acto de nascimento.

 

Na verdade, nenhuma certidão poderá aferir qualquer direito, ou não devia. Quando entro no profundo sofrimento da procura de razões ou entendimentos, sou remetido ao poder do capital, à massificação economica, é aí que tudo começa e acaba.

 

Detesto ver a Grace do monaco e outros tais fazer bem às criancinhas, naquela sumptuosa hipocrisia e lasciva demencia apregoada. 

 

Que seja livre o pensamento sem raízes alavancadas à eterna ambição de se perder a liberdade. Que o vento se enfureça, sempre