Abril de papoilas
quem comemora com duvida abril, troca cravos por papoilas. Indisfarçável essa agressão. Antes nazi, pelo menos sei com o que conto.
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quem comemora com duvida abril, troca cravos por papoilas. Indisfarçável essa agressão. Antes nazi, pelo menos sei com o que conto.
Dói-me.
Preocupa-me este fascismo, à criatividade e às artes.
Nenhum autor, nenhum criativo, nenhum artista pode ser medida a qualidade do que faz, pelos “likes” ou “views” com que se brinda uma publicação.
Isso é puro fascismo artístico e/ou criativo.
Todos os homens livres não têm descrição.
Todos os homens livres cheiram a flores no sorriso, e carregam no olhar a generosidade da bem-aventurança do desígnio maior da paz conquistada pelo sangue transformado em lágrimas,
Todos os homens livres não têm tradução, nem têm em si nenhuma certeza se o dia de amanhã será sequer um dia,
Todos os homens livres são ricos em inimizades, breves traições da poesia, e solidão abastada,
Todos os homens livres são revolução
Nenhum homem livre terá deus ou religião.
Um homem livre é caminho e luz, a quem um dia da morte, o aproximou.
" ...foram décadas e pétalas que sobraram de flores, que fizeram o manto das nossas noites ..."
alma que bebe em fonte cristalina sem corpo para matar a sede,
carne alienada pelo medo constante que amanheça outra noite sem que o dia aconteça,
assim se faz o corpo de alma,
juntos,
em cuidada identidade sem passado,
sem presente,
que os dias não se acumulam em água corrente.
Bom dia!
Tantas e boas palavras adornadas de sonho que são escritas, ficam por dizer nos olhos de quem não ouve.
Escreverei mais uma vez
A incessante busca da beleza humana, inacabada e solitária, está sob todas as pétalas das flores e da foz que desagua no mar.
Todas as florestas perfumadas se acrescentam, belas e dissidentes ao dia distinto e recordado.
A beleza só se configura no prisma encantado dela própria.
É uma condição desregrada.
.
dias tão tarde se fizeram poesia,
mais do que os dias,
mais do que vidas,
mais do que tudo sofrido e preso,
abril demorou e pouco se vê por aí,
e já se ouve que antes era melhor do que agora,
e os pretos e os brancos,
e os homossexuais e os outros,
e a diferença,
e a violência,
e abril mudo,
calado,
sem voz,
porque a esquerda já é moderada,
e a direita abençoada,
e as ideias já não sustentam os ideais,
e os poetas já não se leem nos jornais,
e não há pão como havia na rua da padaria,
e apenas se ouvem roufenhos uivos do velho que morreu sem que abril se afinasse e transformasse em abril.
e se não foi,
já não será,
que todos estão reunidos na mesma mesa sem convite à liberdade.