Não tenho vários motivos que me alegrem, nem um ou nenhum.
Muito menos as notícias me informam, ou os gestores de opinião de nome pomposo e estrangeiro, me dizem o que o mundo tem para além de pessoas, interesses, e tudo o que Pessoa adivinhava neste congénito desinteresse que me desassossega e, me retira às noites o sono, e aos dias o sonho.
Não tenho motivos ou fé que me acrescente que a humanidade há-de vir a ser melhor, ou que o ego desimpeça a vil obra social, decadente e abstracta, que já em manual se escreve, ideias em frases de ninguém, partilhadas pela máscara de um livro de caras, que tem a cara que se quiser ter.
Não tenho motivos por aí além, não tenho.
Sorrisos? Sim tenho. Uns de escárnio, outros de escárnio e outros de escárnio também.
“ … é tão ilógica esta permanente sobredosagem de sabedoria que descarregas em adjectivos julgativos acerca da humanidade, acerca do que ouves e não ouves, do que pensas ouvir e do que ouves realmente, se é que ouves efectivamente, a mim, tudo me soa a combate gratuito, sem sentido e sem guerra por combater, a mim que sou todo musica, e que entre todas as palavras, aquela com que terminas, parece-me desajustada ao discurso.
Esse: “está tudo bem”, é o declínio de tudo o que ergueste em breves minutos escanzelados de cruel desumanidade. Sei lá se está tudo bem, que me pareça não está, está (s) tudo mal, mas não sei … “
" ... porque não sinto as tardes no bulício da cidade mais breves, do que a mente com que penso o sangue que me jorra e cega a infinitude, deste saudoso bairro que vi partir, partindo eu mesmo para uma sala em que todos falam de tudo, onde todos sabem que o sol é a ultima variante que a madrugada alberga, e é neste redondo e perdido pensamento que, tento fugir ao lugar comum de só por hoje não ser somente, só por hoje ..."
A operadora não será, pelo negócio envolvente e que os accionistas agradecem.
Quem vê este programa será a razão do mesmo existir.
Isto é uma questão. Adiante.
O que me preocupa?
As mães:
Mulheres amedrontadas pelos filhos, que projectam o medo que o menino não sobreviva, num orgulho desmesurado e uma vaidade incompreensível, naquilo que devia seria uma preocupação passível de ajuda psicológica.
Os filhos:
Crianças maiores de idade impedidas de crescer pelas senhoras do item anterior, o que lhes dá muito jeito para: - serem grandes quando lhes apetece e bebés quando o caso está mal parado.
O que me preocupa muito?
Dias depois de a 7 março, se ter feito um dia de luto contra a violência doméstica, e no dia seguinte se ter comemorado o dia da mulher (seja lá isso o que for), haver um canal televisivo que às 20h passa noticias sobre a violência sobre as mulheres, e uma hora depois, está o mesmo canal a violentá-las e a promover a fraca mentalidade que algumas demonstram, ao expor-se a tamanho atentado.
Resumo:
Pessoas que deviam ser preservadas e ajudadas (mulheres, os filhos e as mães) são expostas e violentadas desta forma terrível em horário nobre, vá-se lá saber porquê.