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Cardilium

Cardilium

assumidamente esta tristeza faz-me feliz

Não tenho vários motivos que me alegrem, nem um ou nenhum.

 

Muito menos as notícias me informam, ou os gestores de opinião de nome pomposo e estrangeiro, me dizem o que o mundo tem para além de pessoas, interesses, e tudo o que Pessoa adivinhava neste congénito desinteresse que me desassossega e, me retira às noites o sono, e aos dias o sonho.

 

Não tenho motivos ou fé que me acrescente que a humanidade há-de vir a ser melhor, ou que o ego desimpeça a vil obra social, decadente e abstracta, que já em manual se escreve, ideias em frases de ninguém, partilhadas pela máscara de um livro de caras,  que tem a cara que se quiser ter.

 

Não tenho motivos por aí além, não tenho.

 

Sorrisos? Sim tenho. Uns de escárnio, outros de escárnio e outros de escárnio também.

 

Triste?

Sim, assumidamente esta tristeza faz-me feliz.  

todas as manhãs entardecidas da vida

depois da noite voltam as manhãs a entardecer,  

escutas louco o teu peito a desfazer o destino,

os teus braços temem este querer,

a tua boca seca-se de palavras,

 

tu,

desprendes os passos com que o teu peito louco há-de cavalgar todas as manhãs entardecidas da vida.

 

Vais!

terra de mar

A minha terra é o mar.

 

Antes naufrago, que soterrado nessa infame vida que só tem terra, sem marés onde depositar os meus sonhos, sem neblina onde esconder a minha dor.  

 

O mar é a minha terra.

- ilógicamente -

“ … é tão ilógica esta permanente sobredosagem de sabedoria que descarregas em adjectivos julgativos acerca da humanidade, acerca do que ouves e não ouves, do que pensas ouvir e do que ouves realmente, se é que ouves efectivamente, a mim, tudo me soa a combate gratuito, sem sentido e sem guerra por combater, a mim que sou todo musica, e que entre todas as palavras, aquela com que terminas, parece-me desajustada ao discurso.

 

Esse: “está tudo bem”, é o declínio de tudo o que ergueste em breves minutos escanzelados de cruel desumanidade. Sei lá se está tudo bem, que me pareça não está, está (s) tudo mal, mas não sei … “

Em cada mente fraternidade

Entardece logo que as flores deixam de sorrir e o jardim fecha nas horas que se acumulam.

Os jardins não deviam ter portas e horários, isso é como recuar no tempo em que a poesia era delito, e em cada esquina não havia igualdade.

Jardins plantados? sempre!

Em cada mente livre, fraternidade.

SPH

" ... porque não sinto as tardes no bulício da cidade mais breves, do que a mente com que penso o sangue que me jorra e cega a infinitude, deste saudoso bairro que vi partir, partindo eu mesmo para uma sala em que todos falam de tudo, onde todos sabem que o sol é a ultima variante que a madrugada alberga, e é neste redondo e perdido pensamento que, tento fugir ao lugar comum de só por hoje não ser somente, só por hoje ..."

alma melindrada

o papel ontem colorido e adocicado,

amontoa-se agora deslaçado,

feito lixo,

como palavras impensadas que o vento não levou por não serem palavras.

 

assim,

jaz amarrotado o papel,

como alma melindrada,

num amontoado de nada.

Quem quer casar com o meu filho?

Quem são os idiotas neste programa?

A operadora não será, pelo negócio envolvente e que os accionistas agradecem.

Quem vê este programa será a razão do mesmo existir.

Isto é uma questão. Adiante.

 

O que me preocupa?

As mães:  

Mulheres amedrontadas pelos filhos, que projectam o medo que o menino não sobreviva, num orgulho desmesurado e uma vaidade incompreensível, naquilo que devia seria uma preocupação passível de ajuda psicológica.

 

Os filhos:

Crianças maiores de idade impedidas de crescer pelas senhoras do item anterior, o que lhes dá muito jeito para: - serem grandes quando lhes apetece e bebés quando o caso está mal parado.   

 

O que me preocupa muito? 

Dias depois de a 7 março, se ter feito um dia de luto contra a violência doméstica, e no dia seguinte se ter comemorado o dia da mulher (seja lá isso o que for), haver um canal televisivo que às 20h passa noticias sobre a violência sobre as mulheres, e uma hora depois, está o mesmo canal a violentá-las e a promover a fraca mentalidade que algumas demonstram, ao expor-se a tamanho atentado.

 

Resumo:

Pessoas que deviam ser preservadas e ajudadas (mulheres, os filhos e as mães) são expostas e violentadas desta forma terrível em horário nobre, vá-se lá saber porquê.

Não devia valer tudo.

Não devia.

quem-quer-casar-com-o-meu-filho.jpg

 

Pelo vício

“ … e, dizia calmamente dominado pelo medo:

- Não há vícios bons.

 

Permita-me discordar disse-lhe eu em desconsentimento.

- Há vícios muito bons.

Vícios que me acrescentam.

Que me dão para além do prazer que um bom vicio deve dar, asas.

Um vício que me dê asas, é um bom vício.

Um vício que me retire o vôo, é uma vício menos bom e, mesmo assim, discutível pelo imperfeito advérbio que o baptiza.

 

- Permita-me discordar.

 

- Sim, permito, claro.

É desta discordância que nasce todo este brado sem protesto, e que o entendimento se faz união e coerência.

Adoro o vicio de me sentar a debater todos estes pontos de vista.

É um vicio bom.

Gosto …”

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