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Cardilium

Cardilium

de encantado sorriso disse-te

“…  de encantado sorriso disse-te:

- não sei porque acordo a ver-te acordar, porque adormeço a ver-te adormecer, porque eu nunca ti vi adormecer e nunca te vi acordar. Não sei porque te oiço cantar a minha canção preferida, a que fala de madrugada, porque eu nunca ouvi a gargalhada com que acordas a alvorada, nunca escutei a paixão das nossas noites não destinadas. Não sei. Quando te digo que podia ter mil amores, na verdade não poderia ter nenhum, jamais mil amores seriam um, mas o teu amor sim seria mil amores.

de encantado sorriso disse-te …”

Não gasto todas os sonhos num só sonho

Não gasto todas os sonhos num só sonho.

Guardo alguns para quando o céu me convidar a comparecer na reunião dos sonhos.

 

Tenho sonhos que são mais sonhos do que outros.

Outros são, autentica delinquência de fantasia.

 

Outros ainda, utopia fina e devaneio.

Os que me sobram se sonhados são: - pesadelo pela ausência que têm de serem sonho alguma vez -

Não há silêncio em mim, se em mim existe vida.

Todo o silêncio em mim é barulhento, não tenho silêncio nos pensamentos que esculpo, nas noites balsâmicas em que me tento abstrair de ser, neste sentir que não aprecio de todo querer.  

 

Todo o silêncio em mim é a festa com que sonho, a guerra que almejo, a paz com que o musica em fundo me ameiga.

Não há silêncio em mim, se em mim existe vida.

 

Pode até silenciar-se o vento, o rio desaguar noutro mar, o grito emudecer, a cidade falecer, o vulcão transformar-se num jardim florido de lilases de flor de alecrim e lavanda, que, enquanto os meus sonhos e angustias forem desejos de perturbados amores e se enaltecerem nas minhas veias, o silêncio será sempre uma ruidosa metáfora silenciada pelo ruído da minha existência.

quando desço do castelo para a cidade

As saudades da saudade das madrugadas em que pouco mais éramos do que o prazer das palavras em carrossel, tanto que fomos sorriso, proximidade e construção, era única a felicidade de todas as madrugadas.

 

Foi só e apenas madrugadas, sempre o entendi, nunca o aceitei. Aceitei somente quando as saudades da saudade das madrugadas se tornaram só, em saudade e nada mais do que esvaziados momentos de tempo. 

 

Não sabia o que sangram as palavras com que não te pude abraçar, vão gemendo quando desço do castelo para a cidade.

 

Afago-as, para se abraçarem a mim. 

Todos os dias, as mesmas horas, as mesmas correrias, as mesmas inquietações repetidas, a mesma cidade,

Todos os dias, as mesmas horas, as mesmas correrias, as mesmas inquietações repetidas, a mesma cidade,

Alegra-me o amor não ser o mesmo, alegra-me ser mutante e praticável, assenhorado e incoerente.

 

A coerência não é uma forma de amor, não tem conteúdo para amar,

O amor é contraditoriamente ilógico, absurdo, disparatado e irracional, se não, será outra coisa qualquer.

 

A amor é sentir africa dentro da europa, o mar todo á minha porta, e o céu à janela da minha alma,

É a demente conclusão das palavras que se soltam amordaçadas, no entendimento sôfrego do fogo amante de se amar.

 

Todos os dias, as mesmas horas, as mesmas correrias,as mesmas inquietações repetidas, a mesma cidade,

Todos os dias, as mesmas horas, as mesmas correrias, as mesmas inquietações repetidas, a mesma cidade,

Todos os dias, as mesmas horas, as mesmas correrias, as mesmas inquietações repetidas, a mesma cidade,

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