Essa triste alegria que me consola quando caminho entre os troncos grossos das árvores sobreviventes a todas estas noites de agonia.
Essa tristeza cálida e pura, que não me fere mais do que cada amanhecer que não desejo que seja novamente dia, mais um dia, outro dia.
Toda essa gente que arranja nomes, questiona o desconhecimento, inventa soluções, adjectivos, teses psicomaníacas e ignorantes, somente pela necessidade ou desejo de uma proximidade que nunca poderá ser presença, essa gente que somatiza e acusa as palavras com que adornas o que sentes.
Esse escritor que se embriaga e aliena com essa sensibilidade maior do que o sentimento, que não se importa que não haja quem corte o vento e lhe leve o ar fresco da demanda que deseja.
Que não se importa que não haja quem o veja.
Que se sustenta e compõe, com o que vê e sente.
A melancolia, essa triste alegria de alegoria permanente, perfilhada na verdade do pseudónimo abençoado, que me tem salvo todos estes anos, do bairro que já não existe …”
" .. Expatriada emocional foi a apátrida nacionalidade confiscada em menino.
Sem albergue que a liberdade tenha aperfilhado, mantem-se a ditadora expectativa abraçada ao pecado.
A mãe ficou sem filho e o filho órfão de mãe, enquanto a vida se desfaz em dias irrecuperáveis, e certifica que em nome de deus se peca mais, do que em sacrilégio assumido se mata ou fere de intenções.
Incompreensível esta forma inadequada e castrada de amor.
Ignorância emocional está pátria de nacionalidade adquirida.
Longe da terra de onde vim. Perto da terra de onde sou. Entre vales e mar de mares..."