Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Cardilium

Cardilium

Cheiro ix

Forte cheiro de aroma e recordação das mais de mil poesias guardadas nos dias por ler.  

Um outro trago e, afabo todo o mar de uma só vez,  por não querer que o mundo me seja sóbrio, sentido, sensato e irreal, nesta fundação de mim mesmo ébrio. 

Outro dia.

Mais um dia. 

Só um dia me descreve.

O dia que findará na noite eterna e ausente, nos mais de mil poemas por lapidar.  

 

 

 

obra prima ou meia irmã


Rogo pelo fim do tédio das cabeças "descondizentes" com os sorrisos que me massacram o corpo.

 

Já nem um sorriso esboço quando, cai do beirado, uma gota de orvalho pela manhã fria e deserta. Deserto é sempre os dias em que me querem dizer o que não quero ouvir, e muito mais do que ouvir, saber ou querer sequer saber.

 

Não me interessa o tédio da vida alheia. A minha basta-me. Sobra-me até. De miséria chega-me bem. Odeio quem não gosta de ser só, e inclui quem à mão se presenteie.

 

Rogo pelo fim, mais do que pelo principio. Qualquer tela depois de pintada, não será mais virgem, no entanto, pode-se “revirgindar” por uma obra mais prima ou meia irmã.

Viver sem máscaras

Viver sem máscaras com uma única máscara de viver sem máscaras.

 

Viver sem máscaras é renegar o direito de sentir o que não é suposto sentir, e não há nada supostamente que não se deva sentir. 

 

Não há sentir errado e fazer certo, a escolha de fazer certo a sentir errado é:

- o convite à máscara única de viver sem máscaras. 

 

Há livros desnecessários de ler.

 

Como tudo na vida, a oportunidade faz o ladrão, o engenho, a ilusão, etc.

 

A egoíca necessidade - faz de tudo -

 

Verde idade

a verdade é o que sinto muito mais vezes, do que o que eu penso. 

 

a verdade é sempre o que eu sinto, nunca o que os outros pensam.

 

a verdade, na verdade, não é um pensamento.

 

Praça e o lago

A noite esteve adocicada no seu cheiro, iluminada de olhos e pessoas que por ali estavam, sem que eu as tenha visto.

 

 

Gosto de não reparar no que que me rodeia. É raro. 

A noite distraída gastou o tempo, sem que eu tenha sentido o tempo para além de nós.

 

O castelo e o rio, a praça e o rossio, juntaram o mundo numa noite sentida pela distracção da paz. 

 

Eles

" ... Vou explicar te uma coisa.

Quem escreve, escreve sobre o que observa, o que ficciona, o que cria e às vezes sobre o que sente.

Amontoa palavras e purga-se. Nem sempre quem escreve é um pobre coitado. Quem o faz, faz companhia a ele próprio e purga-se na impossibilidade de se sentir acompanhado.

Geralmente são pessoas que têm desinteresse em conversas enfastiadas e desinteressantes e, a vida dos outros, nada lhes interessa. 

Alguns têm uma vida horrivelmente normal das 8 às 17h ... e, são também "normais" quando precisam de um salário. Chegam a desempenhar bem as suas funções...

São pessoas de amor, em desamor continuado e escolhido.

Para que conste ...."

Outro corpo que não este

Diz me que já não posso mais neste corpo falecer, de tão morto que já foi nesta vida.

Outro corpo, aguentará todos os pedaços de amor que houver por nascer.

Este, já não pode mais falecer. 

 

Tarde de tarde que é

sem que o mar tenha ordenado, o sal cristalizou nas lágrimas que voam dos meus olhos, partida sem regresso ou oposição, corpo incandescente e incomparável, à medida desassossegada que sufoca a minha alma. 

 

Todas as tardes já são tarde para voltar. 

atordoado

atordoado pela visão com que a minha janela me brinda,

um dia - nuvens carregadas de sol -

outros - o sol cheio de chuva -

outros - o vento cheio de desejo –

 

eu,

de vontade repleta de anseio fico imóvel a ver sangrar as feridas com que me acometo,

oiço lá fora as mulheres falarem,

reforçando o discurso negativo,

surgido da noite para o dia,

da vontade comprometida,

das palavras não apalavradas.

Pág. 1/2