Ao nosso abraço juntou-se o vento alvoroçado como uma orquestra, abençoou-nos e, rompeu madrugada adentro, percorreu-nos num arrepio continuado até agora, tarde já posta.
Os meus olhos inundados de ti misturam-se com as lágrimas presas da felicidade que me doas. Quase prefiro o deserto que adoptei. Por lá não espero nada e as minhas noites são solidão adaptada. Aqui sangra o medo deste amor, que, por ser amor arde como fogo e contenta o descontentamento.
Quero a alquimia do mar nos teus beijos e a tremura do teu corpo no meu.
Apiedado, nu, vulnerável e entregue, espero que a revolta mantenha a força, a decisão e confiança.
Continuaremos juntos na benção do vento ao alto da santa Marta, onde as minhas lágrimas caladas são amor.
Não é felicidade. É a fusão das almas, no espírito, na carne, na descoberta conjunta das nossas mãos dadas, no querer do caminho.
A irracionalidade dos corpos é a consequência da irracionalidade das almas.
Corpos irracionais conseguem-no na isenção de razão. A razão não promove o amor. O amor é irracional e só se pensa sentindo, ou sente-se pensando. Os corpos reagem à irracionalidade, nas almas unidas sem urgência.
A irracionalidade enquanto dádiva e fusão metafísica num corpo, é o alcance de uma vida, o tempo terreno pode não ser suficiente. Experimenta-lo é uma dádiva do reencontro. É a evolução da alma, na mente e no corpo.
A rracionalidade dos corpos é um prolongamento da benção das almas. É uma linguagem transfronteiriça ....
" .... o fogo que ateei foi o mesmo onde me queimei.
Enquanto isso atravessei o meu deserto sem vislumbre de um oásis onde me encontrasse. Não era preciso continuar. Foi preciso parar e deixar-me encontrar neste regresso a mim. Depois sim, fui encontrado na evolução de mim mesmo, na disponibilidade para o outro. Voltei a sentir um sorriso perdoado de todas as noites em que fui chama sem fogo, em que fui lume sem chama.,em que não fui coisa nenhuma, sabendo o tanto que sou.
pela 1º vez em 10 anos de Cardilium transcrevo um texto de outra pessoa por ser: adorável, escrito por uma amiga (E.C) pela sua humanidade, eloquencia e actualidade. Obrigado, é o meu tributo às tuas palavras, dar-lhes mundo.
" ... Tinha uma visão da competitiva / vingativa / ressabiada mulher que queria mesmo mudar. Gosto de igualdade no género Com muita pena minha, algumas senhoras, ladies, gajas não me ajudam nesta mudança Dão 1 e queriam 2 ou 3 ou para a vida inteira ou não dão, mas adorariam dar Existe uma especie de FBI (Fémea Barata Insuportável) Algumas investigam para reportarem à Fémea Superior Outras são péssimas investigadoras, nem em casa própria... Outras ainda chegam às mais dementes conclusões, e escrevem sobre verdades interestelares. Umas interessantes: foram as tuas amigas, depois são super amigas do teu ex. Creio que até competem entre si o Supra-sumo: para atingir (ainda não sei bem o quê), usam e abusam de maquiavelismos, sem olhar a quem, sem noção periférica ou danos colaterais
Nem tudo o que escrevo refere se a minha pessoa, mas um dos meus eus não gosta nada de malvadez..."
" ... Jamais se pode disfarçar para sempre a paz podre das escolhas, um dia o verniz estala, e toda a ofensa gratuita saí cega em direcção a quem é de paz, o ódio tem efeito boomerang, a revelação das comadres associa-se ao festim, ocorrem-me os filhos dos amantes de ambas as partes e a vergonha da desilusão a instalar-se com efeitos futuros e retroativos, ao entrarem na escola no dia seguinte. Não se escolhem os filhos, também não se escolhem os pais, tudo é muito bem ilustrado para o mundo ver, para magoar mais. Os filhos deviam ter mais escolhas e poderem educar os pais. Depois, toda uma multidão de cabras cegas ofensivas esfaqueia quem não conhecem e, ofendem opinativamente o infundado adultério vingativo e alucinado de dois pobres seres isentos de coração.
Do outro lado o pecado é apenas a paz e o amor, e ambos vingarão abraçados com a verdade. No outro lado a paz finalmente instalou-se com a confirmada intuição da sabedoria.
Os rostos tristes e envergonhados tentam agredir para se sentirem melhor, são momentos, quando a noite caí, cada um sabe dentro de si, o tamanho da sua vergonha, do erro cometido pela falta de princípio e humanidade. Não há número de velas a arder que devolva a alma a gente ignorante, sem escrúpulos e maquiavélica.
O tempo tem todo o tempo do mundo e a paz escolherá quem é de paz. A paz finalmente instalou-se.
cai uma mensagem: " ... amar-te-ei para sempre nos braços de outro qualquer ... "