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Cardilium

Cardilium

Santa Marta

 

Ao nosso abraço juntou-se o vento alvoroçado como uma orquestra, abençoou-nos e, rompeu madrugada adentro, percorreu-nos num arrepio continuado até agora, tarde já posta.

 

Os meus olhos inundados de ti misturam-se com as lágrimas presas da felicidade que me doas. Quase prefiro o deserto que adoptei. Por lá não espero nada e as minhas noites são solidão adaptada. Aqui sangra o medo deste amor, que, por ser amor arde como fogo e contenta o descontentamento.

 

Quero a alquimia do mar nos teus beijos e a tremura do teu corpo no meu.

Apiedado, nu, vulnerável e entregue, espero que a revolta mantenha a força, a decisão e confiança.

Continuaremos juntos na benção do vento ao alto da santa Marta, onde as minhas lágrimas caladas são amor.

Não é felicidade. É a fusão das almas, no espírito, na carne, na descoberta conjunta das nossas mãos dadas, no querer do caminho.

A irracionalidade dos corpos

A irracionalidade dos corpos é a consequência da irracionalidade das almas.

 

Corpos irracionais conseguem-no na isenção de razão. A razão não promove o amor. O amor é irracional e só se pensa sentindo, ou sente-se pensando. Os corpos reagem à irracionalidade, nas almas unidas sem urgência.

 

A irracionalidade enquanto dádiva e fusão metafísica num corpo, é o alcance de uma vida, o tempo terreno  pode não ser suficiente. Experimenta-lo é uma dádiva do reencontro. É a evolução da alma, na mente e no corpo. 

 

A rracionalidade dos corpos é um prolongamento da benção das almas. É uma linguagem transfronteiriça ....

fogueira

" .... o fogo que ateei foi o mesmo onde me queimei.

 

Enquanto isso atravessei o meu deserto sem vislumbre de um oásis onde me encontrasse. Não era preciso continuar. Foi preciso parar e deixar-me encontrar neste regresso a mim. Depois sim, fui encontrado na evolução de mim mesmo, na disponibilidade para o outro. Voltei a sentir um sorriso perdoado de todas as noites em que fui chama sem fogo, em que fui lume sem chama.,em que não fui coisa nenhuma, sabendo o tanto que sou. 

 

O fogo que ateei foi o mesmo que me  salvou ..."

FBI (Fémea Barata Insuportável)

pela 1º vez em 10 anos de Cardilium transcrevo um texto de outra pessoa por ser: adorável, escrito por uma amiga (E.C) pela sua humanidade, eloquencia e actualidade. Obrigado, é o meu tributo às tuas palavras, dar-lhes mundo.

 

" ... Tinha uma visão
da competitiva / vingativa / ressabiada mulher
que queria mesmo mudar.
Gosto de igualdade no género
Com muita pena minha, algumas senhoras, ladies, gajas
não me ajudam nesta mudança
Dão 1 e queriam 2 ou 3 ou para a vida inteira
ou não dão, mas adorariam dar
Existe uma especie de FBI (Fémea Barata Insuportável)
Algumas investigam para reportarem à Fémea Superior
Outras são péssimas investigadoras, nem em casa própria...
Outras ainda chegam às mais dementes conclusões, e escrevem sobre verdades interestelares.
Umas interessantes: foram as tuas amigas, depois são super amigas do teu ex. Creio que até competem entre si
o Supra-sumo: para atingir (ainda não sei bem o quê), usam e abusam de maquiavelismos, sem olhar a quem, sem noção periférica ou danos colaterais

Nem tudo o que escrevo refere se a minha pessoa, mas um dos meus eus não gosta nada de malvadez..."

Almas condizentes

Almas condizentes e a sua sublimação  

 

As almas que se encontram sublimam-se na vertigem do que alcançam e visionam. Infinitamente.

 

As almas descondizentes gastam-se na absorção terrena do corpo, num atropelo cruel e vingativo à humanidade e ao amor.

 

A sub-elevação das almas não está ao alcance "dos não preparados".

 

É de outra substância dimensional.

Saudade adiada

Saudade, adiada, suave, temperada, construída de presença sentida,

 

saudade vociferada aos deuses, aclamada, acalmada pelo mar,

 

saudade, oferta da tua presença, ausência anexada em mim,

 

saudade adiada, nova, recordada no teu sorriso  

 

Sagrado sentir

Sagrado sentir invadido de ti e de tudo o que em mim habita.

 

Sonho, abraço, vento e mar, paz, lua, luar, luz que nos guarda.

 

Sagrado sentir invadido de ti tem nas minhas mãos o abraço declamado e a saudade adiada pela saudade.

 

Sagrado sentir invadido de ti em mim, saudade, lua, mar, poesia e caminho.

 

Extracto de um conto pobre de espirito

" ... Jamais se pode disfarçar para sempre a paz podre das escolhas, um dia o verniz estala, e toda a ofensa gratuita saí cega em direcção a quem é de paz, o ódio tem efeito boomerang, a revelação das comadres associa-se ao festim, ocorrem-me os filhos dos amantes de ambas as partes e a vergonha da desilusão a instalar-se com efeitos futuros e retroativos, ao entrarem na escola no dia seguinte. Não se escolhem os filhos, também não se escolhem os pais, tudo é muito bem ilustrado para o mundo ver, para magoar mais. Os filhos deviam ter mais escolhas e poderem educar os pais. Depois, toda uma multidão de cabras cegas ofensivas esfaqueia quem não conhecem e, ofendem opinativamente o infundado adultério vingativo e alucinado de dois pobres seres isentos de coração.

 

Do outro lado o pecado é apenas a paz e o amor, e ambos vingarão abraçados com a verdade. No outro lado a paz finalmente instalou-se com a confirmada intuição da sabedoria.

 

Os rostos tristes e envergonhados tentam agredir para se sentirem melhor, são momentos, quando a noite caí, cada um sabe dentro de si, o tamanho da sua vergonha, do erro cometido pela falta de princípio e humanidade. Não há número de velas a arder que devolva a alma a gente ignorante, sem escrúpulos e maquiavélica.

 

O tempo tem todo o tempo do mundo e a paz escolherá quem é de paz. A paz finalmente instalou-se.

 

cai uma mensagem: " ... amar-te-ei para sempre nos braços de outro qualquer ... "

por fora e por dentro

dentro de todas as minhas vontades existes,

dentro do mais dentro que há dentro de mim,

e por fora também,

por fora do que há mais fora de mim,

por dentro do que há fora de mim,

por fora do que há dentro de mim,

por fora e por dentro existes,

por dentro e por fora,

por fora e por dentro de mim.

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